As estratégias dos Estados Unidos para combater o narcotráfico e reduzir a demanda por drogas em seu território têm se mostrado ineficazes, conforme análise do ex-capitão do Bope, Rodrigo Pimentel, ao WW. A avaliação destaca que, mesmo com investimentos massivos em operações internacionais, os resultados obtidos foram contraproducentes.
“Quase sempre as ações dos Estados Unidos não são efetivas no que se refere a provocar uma redução da demanda lá nos EUA”, afirma Pimentel.
O ex-Bope cita como exemplo ação dos EUA na Colômbia, que contou com investimento de US$ 30 bilhões. A iniciativa incluiu a aquisição de dezenas de aeronaves Black Hawk para a Polícia Nacional e o Exército colombianos, além da formação de 35 batalhões de elite e extradição de condenados colombianos para os Estados Unidos.
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Efeito reverso no mercado de drogas
Apesar da magnitude da operação e do sucesso em desmantelar os cartéis de Cali e Medellín, o resultado foi oposto ao esperado.
O mercado de cocaína, que antes era controlado por quatro grandes cartéis, fragmentou-se levando a uma queda no preço da droga no mercado interno americano.
“Você tinha antes quatro cartéis e depois da operação surgiram dois mil pequenos cartéis e o preço da cocaína teve uma queda nos EUA”, explica Pimentel.
O ex-capitão do Bope argumenta que as atuais ações militares dos Estados Unidos, como o uso de porta-aviões no Golfo do México para interceptar embarcações suspeitas, não são verdadeiramente efetivas enquanto houver demanda pelo produto no território americano.







