Não é segredo dizer que o material utilizado na roupa de cama pode potencializar a qualidade do sono. Indo além do aguardado descanso, fronhas e lençóis podem, por exemplo, agregar diversos benefícios à saúde da pele e do cabelo.
À CNN, o tricologista João Gabriel Nunes explica que o uso da seda no fios capilares ajuda a reduzir o atrito, evitando a quebra dos fios, formação de frizz e a perda de definição em cabelos cacheados ou ondulados. “Ela também não absorve tanto a umidade e a oleosidade natural do couro cabeludo, o que ajuda a manter o cabelo hidratado por mais tempo”, diz.
Embora o material – em toucas e lenços – seja mais utilizado por pessoas com cabelos curvados e crespos, o especialista garante que não há nenhuma contraindicação em relação à estrutura capilar.
“A seda pode beneficiar todos os tipos de cabelo, lisos, ondulados, cacheados ou crespos. Cada estrutura capilar ganha vantagens diferentes, pois enquanto nos fios lisos a seda mantém mais brilho e menos frizz, nos fios cacheados e crespos preserva melhor a definição e a hidratação natural”, comenta.
E na pele, como o material age?
Também à CNN, a dermatologista e tricologista Renata Vasconcellos, diz que a seda, sendo um tecido mais liso, reduz o contato com o rosto, e isso pode ajudar a prevenir linhas de expressão relacionadas ao sono.
“Ela não tem tanto poder de absorção, ou seja, ela não “suga” tanto a umidade e nem os cremes noturnos de pele, e isso ajuda a preservar a hidratação. Ela também causa menos alergias por ser uma fibra natural. Ela tende a acumular menos poeira e ácaros, o que pode ser interessante para pessoas com pele sensível ou tendência a alergias”, entrega.
“Entre as desvantagens, podemos citar o preço elevado, já que lençóis e fronhas de seda são mais caros que os de algodão; os cuidados na lavagem, já que a seda, por ser um tecido mais frágil, exige uma lavagem delicada; e a durabilidade, pois mesmo sendo resistente, a seda pode se desgastar mais rápido se não for bem cuidada”, acrescenta.
Há chance da seda aumentar a oleosidade do rosto?
A resposta, segundo a dermatologista, é não. “A seda não induz a produção de sebo. O que pode acontecer é: como ela não absorve tanto óleo e suor quanto o algodão, pode dar a sensação de que a pele amanhece mais oleosa. Mas, na prática, ela apenas mantém o que já foi produzido pela pele, em vez de “secar””.
“No cabelo também não, a sede por si só não estimula a produção de oleosidade. O que acontece é que, por não absorver o sebo natural em excesso, pode haver a sensação de que o cabelo amanhece “mais oleoso”. Mas, na prática, o que está acontecendo é a preservação dos óleos já existentes, o que é positivo para a saúde dos fios”, adiciona João Gabriel Nunes.
Há ainda quem se beneficie mais da touca do que da fronha, segundo o tricologista. “A fronha de seda oferece bastante proteção contra atrito, mas a touca pode ser especialmente benéfica para cabelos cacheados, crespos ou muito longos, porque vai manter os fios mais controlados durante a noite, evitando o desalinhamento e a perda de definição”, diz.
“Já as pessoas com cabelo liso ou curto tendem a se adaptar bem apenas com a fronha, enquanto quem tem fios volumosos ou em transição capilar geralmente percebe mais vantagem no uso da touca”, conclui.