Mesmo em seu estado alfa inicial, Eternal Strands me deu muitos motivos para ficar animado. Quer sejam as lutas de chefes no estilo Monster Hunter contra criaturas gigantes, os poderes mágicos interessantes e flexíveis de manipulação da física ou a dedicação óbvia em contar uma história cheia de personagens adoráveis. Este próximo indie me surpreendeu diversas vezes por ser muito diferente dos jogos de ação e aventura comuns.
Ao combinar uma mistura de alguns dos meus elementos favoritos de diferentes gêneros em um pacote cheio de ação, a desenvolvedora Yellow Brick Games espera conseguir algo totalmente único com seu título de estreia. Depois de inúmeras horas escalando dragões de fogo e congelando cavaleiros incômodos em um bloco de gelo, acho que Eternal Strands tem uma boa chance de entregar algo realmente especial, e com certeza ficarei de olho nisso.
A primeira grande atração no repertório deste coquetel de gêneros cruzados são as lutas de chefes contra inimigos enormes que parecem inspirar-se claramente em nomes como Shadow of the Colossus e depois adicionam uma pitada de Mega Man, dando a você uma nova habilidade mágica para cada gigante que você derrota. Embora eu só tenha conseguido lutar contra alguns desses inimigos formidáveis, que variavam de dobradores de fogo bípedes a salamandras da neve de quatro patas, fiquei bastante impressionado com o quão astutas eram essas monstruosidades enormes.
Enquanto escalava os inimigos, eles faziam de tudo, desde atear fogo em si mesmos, me pegar e me esmagar em suas mãos, até se afastarem quando queriam me atacar de longe, muitas vezes me surpreendendo quando eu pensava que tinha desenvolvido um plano de ataque contra eles. Admito que também encontrei momentos em que um chefe aparentemente não sabia o que fazer comigo, deixando-me escapar impune por muito mais tempo do que deveria, mas tenho que imaginar que isso será resolvido no futuro, e tenho esperança de que cada um desses titãs será tão intimidador quanto parece.Esses chefes épicos são dificultados pelas ferramentas que você traz para a batalha na forma de suas habilidades mágicas de manipulação física, que permitem que você coloque fogo em coisas, congele inimigos em seu caminho, use telecinesia para lançar coisas em alta velocidade e muito mais. Escrevi um artigo inteiro separado sobre como essas habilidades são legais, mas, resumindo, elas seguem os passos de The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, oferecendo uma caixa de ferramentas aberta de poderes e permitindo que você use-as livremente para criar o que quiser.
A grande diferença é que, em vez de usar essas habilidades para resolver quebra-cabeças, você as aplica principalmente ao combate para realizar façanhas mágicas, como convocar alguns lacaios de fogo para ajudá-lo e, em seguida, usar um buraco de minhoca telecinético para lançá-los no ar em um vilão pairando. Eu só tive tempo suficiente para explorar a superfície de como essas habilidades funcionavam e interagiam umas com as outras, mas já pude ver algum potencial sério nos jogadores descobrindo aplicações criativas e surpreendentes para esses poderes e como eles podem interagir uns com os outros.
Além de usar esses poderes em uma luta, você também será capaz de causar cada vez mais impacto no mundo ao seu redor à medida que suas habilidades evoluem, incorporando surpreendentemente uma mecânica que se sentiria em casa em um jogo de simulação. Ao fazer uso inesperado da Unreal Engine 5, Eternal Strands permite que o fogo e gelo tenham um impacto termodinâmico no mundo ao seu redor, tornando o bioma mais quente ou mais frio passivamente conforme você usa seus presentes roubados.
“Eternal Strands me convenceu até agora de seu potencial para criar algo realmente único.”
Por exemplo, em uma luta em que utilizei repetidamente em feitiços de fogo, de repente encontrei toda a área ao redor árida, com a vegetação seca ficando com um tom marrom doentio e, mais tarde, brilhando em laranja e vermelho para indicar que explodiram em chamas a qualquer momento. Eu não entendi a dica e acidentalmente comecei um incêndio que se espalhou por todo o nível… pouco antes de encontrar um chefe em chamas que se aproveitou do meu erro para adicionar literalmente combustível ao fogo e me queimou vivo.
Além de poder alterar o mundo com sua própria magia, congelamentos inesperados, secas e outros eventos climáticos ampliarão o mundo ao seu redor, fazendo com que diferentes grupos de inimigos apareçam, bloqueando certos caminhos e forçando você a fazer desvios ou variando a eficácia de seus feitiços, dependendo dessas condições.
Eternal Strands também coloca muito foco em sua história, incorporando mais uma mecânica surpreendente com suas seções de diálogo no estilo visual novel, vistas em jogos como Hades. Você é colocado nas botas de uma guerreira chamada Brynn, que pertence a um grupo desorganizado de usuários de magia renegados determinados a descobrir os mistérios da terra arruinada de Enclave. Entre o bípede aviário Oria, que serve como seu mentor, e o cara de óculos de anime, Dahm, a quem você recorrerá para encantamentos, tenho a sensação de que este será um daqueles contos alegres de um grupo que se junta por acaso superando as adversidades com o poder da amizade.
Embora você não tome decisões morais angustiantes, como é de se esperar de um RPG, ou construa vínculos sociais evidentes, normalmente associados a aventuras focadas na história, estou inclinado a pensar que teremos uma história bastante memorável e cheio de coração.
Com um conjunto de elementos escolhidos a dedo em um punhado de gêneros que adoro, Eternal Strands me convenceu até agora de seu potencial para criar algo realmente único. Com bastante tempo restante para refiná-lo ainda mais, estou extremamente otimista de que a Yellow Brick Games possa ter um sucesso em mãos com seu jogo de estreia, e certamente acompanharei seu desenvolvimento de perto.
*Traduzido por Maria Eduarda Pitão
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