Os investidores estão revertendo velozmente a expectativa de queda da taxa básica de juros do país, a Selic. Ao contrário do que ocorria há semana passada, há indicações de que boa parte deles já não acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), promoverá mais um corte de 0,5 ponto percentual da taxa, que seria o sétimo seguido, reduzindo-a dos atuais 10,75% para 10,25% ao ano.
O sinal mais claro dessa reversão foi dado pelo mercado de Opções de Copom, da Bolsa brasileira (B3). Nesse segmento de negócios, observa Mário Avelar, gestor de fundos da Avantgarde, os investidores apostam, por assim dizer, no tamanho dos cortes da Selic, a cada reunião do colegiado do BC.
No início de abril, de acordo com a negociação dessas opções, a possibilidade de redução de 0,5 ponto percentual da Selic em maio era de 93%. Ontem, ela caiu para 25%. Em contrapartida, a chance de um corte de 0,25 ponto percentual saltou de 4% para 50% nesse mesmo período. Avelar observa, contudo, que o mercado de Opções de Copom da B3 é volátil e uma mudança de tendência pode se dar rapidamente.
Uma análise feita pela Equus Capital, que coleta e trata dados com o uso de inteligência artificial (IA), também mostra uma mudança da expectativa de corte de 0,5 ponto percentual da Selic em maio, embora nesse caso a alteração da expectativa seja menos intensa. Segundo a gestora, na visão dos agentes econômicos, a possibilidade de redução de juros nesse patamar está em 86%. Na semana passada, no entanto, era de 91,6%. Pouco antes da última reunião do Copom, em março, ela havia chegado a 93,5%.
